Zeólitos de Portugal
Lisboa / Monchique / Ilha da Madeira
Introdução
Zeólitos de Portugal é uma breve introdução aos principais locais de Portugal onde algumas Rochas apresentam zeolitização ou na sua génese incluem Zeólitos.
A principal área onde algumas rochas apresentam características de zeolitização pertence ao complexo vulcânico de Lisboa, onde a atividade ígnea se desenvolveu pela abertura do Atlântico Norte. O complexo vulcânico de Lisboa cobre uma extensão de cerca de 200 km2 entre Lisboa, Sintra, Mafra e Runa. Está instalado entre o Cretáceo superior e o Eoceno inferior, há 72 milhões de anos. Apresenta vários tipos de estruturas (chaminés, drenos, soleiras, diques, etc.) e rochas (basaltos, piroclásticos, brechas, traquitos, etc.). Predomina em geral basaltos, gabros e alguns vulcanitos. Existem vários locais onde a zeolitização se desenvolveu através de vários fatores químicos entre a ascensão da rocha ígnea e o contato com o calcário do Cretáceo. Conforme a Fig-1, todas as áreas de contato entre as cores vermelha (Gabros / Basaltos / Doleritos) e azul (Calcários), eventualmente conduzem à pesquisa de zeólitos. Em referência aos locais onde foi assinalada a zeolitização, pode-se dizer que este fenómeno abrange toda a área à volta de Lisboa com destaque.
1- Magoito / São João das Lampas, 2- Oeiras, 3- Loures.
1 - Magoito
Um local clássico e com destaque neste complexo é a Lomba dos Pianos onde Doleritos em forma de soleiras emergem a norte de Sintra entre as praias de Samarra e Magoito. Apresentam-se com a distância de 3 km junto das falésias acima do nível do mar e com espessura máxima de 20 metros. Neste local as rochas exibem uma curiosa disjunção colunar, lembrando órgãos de igreja e daí o nome "Lomba dos Pianos". Os Doleritos em certos sítios apresentam áreas de intensa zeolitização, com estruturas globulares e radiadas de cores brancas e laranja, as quais foram identificadas de Natrolite e Thomsonite. Em tempos funcionou até ao início dos anos 80 uma pedreira neste local (hoje completamente aterrada). Presentemente ainda é possível recolher algumas amostras, porém é bastante perigoso o acesso à mineralização nas falésias, assim como o acesso ao local está limitado, pois a área entretanto foi toda vedada.
Mineralogia
Ao longo dos anos fui recolhendo várias amostras com destaque para a Natrolite, Thomsonite, Analcima, Stilbite, Heulandite, Smectite e Calcite. A zeolitização mais comum da Lomba dos Pianos é a associação em epistaxe maciça e radiada de Natrolite de cor rosada com Thomsonite branca.
A Natrolite - Na2Al2Si3O10 · 2H2O - apresenta-se nas cavidades do Dolerito em
grupos prismáticos capilares, incolores ou levemente rosados sobre Thomsonite
ou Analcima acompanhando às vezes Calcite e Smectite. É comum os cristais de Natrolite penetrarem a Analcima e a Calcite.
A Thomsonite-Ca - NaCa2[Al5Si5O20] · 6H2O - quando isolada torna-se estética, apresentando-se em placas, grupos radiados ou globulares e quimicamente é rica em cálcio.
A Analcima - Na(AlSi2O6) · H2O - apresenta-se em cavidades no encosto entre o Dolerito e o Calcário em agrupamentos de cristais com a configuração de trapezohedro e geralmente acompanha com Natrolite, Calcite, Smectite e mais raramente com Stilbite.
A Heulandite - (Ca,Na)5(Si27Al9)O72 · 26H2O - é menos comum na Lomba dos Pianos e presentemente este zeólito dificilmente é encontrado nas falésias. As representações conhecidas foram recolhidas no início da década de 80, quando a pedreira no local ainda estava ativa. Desenvolve prismas de simetria (010) até 1cm e quase sempre acompanha com Calcite e mais raramente com Stilbite.
A Stilbite - NaCa4(Si27Al9)O72 · 28H2O - é uma raridade na Lomba dos Pianos e presentemente este zeólito dificilmente é encontrado nas falésias. As representações conhecidas foram recolhidas no início da década de 80, quando a pedreira no local ainda estava ativa. Apresenta-se com uma cor laranja vivo com cristais característicos até 1cm e normalmente acompanha a Analcima.
A Smectite é um grupo de minerais das argilas onde se inclui a Saponite com a fórmula química - Ca0.25(Mg,Fe)3((Si,Al)4O10)(OH)2 · nH2O, a qual por norma acompanha nos fenómenos de Zeolitização. Aqui apresenta-se em grânulos num tom cinzento azulado que contrasta esteticamente muito bem com a Natrolite e a Thomsonite.
A Calcite - CaCO3 - é um carbonato de cálcio que normalmente acompanha os fenómenos de zeolitização. Na Lomba dos Pianos não é exceção e acompanha normalmente com Natrolite, Analcima e Heulandite.
1 - São João das Lampas
Perto do Magoito em São João das Lampas os
Basaltos apresentam alguma zeolitização, a qual é visível em alguns taludes na
estrada de São João perto da povoação. A zeolitização é amigdaloide e escassa
com pequenas cavidades de cristais milimétricos bastante interessantes, contudo
a recolha requer um trabalho árduo com utilização da marreta.
Aqui os zeólitos estão normalmente incorporados dentro de calcite a qual preenche completamente as amígdalas mais pequenas, sendo necessário utilizar HCL para desalojar a Calcite e visualizar os silicatos. As cavidades maiores normalmente estão forradas por cristais milimétricos de Thomsonite avermelhada com a configuração prismática clássica em palhetas.
Mineralogia
As amostras recolhidas com mineralização são: Natrolite, Thomsonite, Analcima, Epistilbite? Smectite e Calcite. A cristalização está dentro do critério do Micromount, sendo necessário o auxílio do microscópio para estudar os edifícios cristalinos.
A Natrolite normalmente cobre o interior das cavidades e forma epistaxe com Thomsonite ou Epistilbite ? Apresenta-se em glóbulos radiais com tonalidades róseas, brancas e também em grupos prismáticos incolores com formação posterior à Thomsonite. Acompanha normalmente Calcite, Analcima ou Smectite.
A Thomsonite está bem representada neste local e apresenta-se em grupos prismáticos de lâminas retangulares características neste mineral. Esta cristalização em palhetas é clássica na Thomsonite, o que não se verifica com as amostras da Lomba dos Pianos ou de Valejas com aspeto radial e cores claras. Aqui ela apresenta-se em tons avermelhados e raramente mais clara. Acompanha às vezes com Analcima ou Calcite.
A Analcima nesta localização ocorre em drusas de cristais até 2,5mm de cor branca ou incolor e geralmente acompanha Calcite, Natrolita, Thomsonita e Smectite. Destaca-se principalmente em cavidades com Smectite.
A Epistilbite ? - CaAl2Si6O16 · 5H2O - desta localização confunde-se com a Thomsonite no aspeto cristalográfico. Apresenta-se em grupos prismáticos de lâminas retangulares como a Thomsonite, com a diferença dos cristais terminarem em cunha e estarem mais dispersos. A coloração é mais clara que a da Thomsonite e varia entre creme e incolor. A identificação é visual através do microscópio e requer uma identificação através de análise química.
2 - Oeiras
O concelho de Oeiras no distrito de Lisboa pertencente ao complexo vulcânico de Lisboa e ao longo do tempo na construção de várias estruturas rodoviárias, permite por vezes serem descobertas algumas rochas mineralizadas com zeólitos. Neste contexto existe um local interessante próximo de Valejas onde o basalto se apresenta em blocos e almofadas com textura microscópica e zeolitizado.
Esta faixa zeolitizada tem aproximadamente 800x30 metros e inicia a jusante da ponte de Valejas da ribeira do Jamor com o sentido mais ou menos NNE-SSW. É atravessada pela estrada de Queluz nº 117 junto da povoação. As cristalizações com zeólitos encontram-se em grupos amigdaloides em que nódulos com mais de 5cm são raros. A mineralização contém basicamente cristalização de Analcima, Natrolite, Thomsonite, Calcite e Smectite.
Mineralogia
A Analcima de Valejas tem mais "corpo" em
comparação com a Analcima da Lomba dos Pianos e apresenta-se por vezes
levemente rosada com a simetria clássica em trapezoedro. Preenche as paredes
ou todo o espaço dos nódulos com calcite. Quase sempre acompanha com Natrolite e às vezes com Thomsonite e Smectite
A Natrolite apresenta-se em prismas aciculares e acompanha Analcima, Calcita ou Thomsonite, e por vezes, está revestida com Smectite. Em nódulos menores pode apresentar-se com cristais entrecruzados.
Em Queijas, perto de Valejas quando foram feitas as estruturas rodoviárias de acesso ao Estádio Nacional, ficaram descobertas algumas cavidades com Natrolite rosa.
3 - Loures
O complexo vulcânico de Lisboa tem uma representatividade notável no concelho de Loures com os basaltos do Cabeço de Montachique. Na vizinhança da povoação de Salemas no concelho de Loures laborou em tempos uma pedreira de calcário no contacto com os basaltos onde é possível verificar zeólitos. A zeolitização local insere-se em brechas vesiculares de origem vulcânica, as quais também se podem observar em corte de estrada na localidade da Ramada em St. António dos Cavaleiros. Esta rocha é rica em pequenas cavidades forradas com Smectite sobre a qual apresenta cristalizações milimétricas alaranjadas de Heulandite-Ca, Chabazite e Ferrierite-Mg.
Mineralogia
A Heulandita-Ca apresenta-se sobre Smectite -(Saponite ?) em grupos de cristais brilhantes até 2,5 mm com uma bela cor alaranjada.
Monchique
Outro local com alguns zeólitos representativos é mais a sul no Algarve junto do Maciço Eruptivo de Monchique. Este Maciço é intrusivo e alcalino por natureza. A sua atividade teve início há 72 milhões de anos com a abertura do Atlântico Norte no Cretáceo e cobre uma área de 80km2. É constituído quase inteiramente por rochas nefelino-sieníticas, veios aplito-pegmatitos nefelínicos, diques e veios compostos essencialmente por sienito, brechas e gabros ígneos. A intrusão do Maciço causou um halo de contato metamórfico de corneanas com uma largura de 200 metros.
Geologia
As rochas sieníticas são compostas
essencialmente pelos seguintes minerais principais: Feldspato alcalino,
Nefelina, Piroxena e Mica. Os sienitos são rochas bastante densas e pobres em
cavidades. Por vezes em veios de pegmatito, aparecem algumas cavidades com
cristalizações de Analcima, Natrolite, Gonnardite, Fluorite, Calcite, Aegirina, Ancylite, Calcopirite, Magnetite, Pirite, Pirrotite, Galena, Sodalite e Zircão. De todos
estes minerais os mais notáveis são os do grupo dos zeólitos como a Natrolite,
a Gonnardite e a Analcima que se apresentam com cristalizações mais desenvolvidas e acentuadas. O estudo e recolha destes minerais fez-se através
das pedreiras do Lugar da Nave (ativa) e da Palmeira, (encerrada), ambas
localizadas perto de Monchique e que exploram os Sienitos.
Localização
O acesso às pedreiras da Nave e da Palmeira faz-se através da N266 entre Monchique e Caldas de Monchique no Lugar da Nave. A pedreira da Palmeira está encerrada por motivos ambientais e localiza-se um pouco mais a sul da pedreira da Nave.
Pedreira da Nave
Mineralogia
A Analcima destaca-se dos
demais minerais pelo tamanho dos cristais que podem atingir mais de 1cm. Os cristais
são característicos e normalmente apresentam-se em grupos numa cor branca ou
levemente coloridos em cinzento rosa translúcido. Acompanha Feldspato alcalino, Natrolite e Aegirina.
A Natrolite / Gonnardite da pedreira do Lugar da
Nave apresenta-se em geodes com cristais prismáticos até 10cm, revestindo
totalmente as cavidades. Forma epistaxe com a Gonnardite através da camada
externa dos cristais com cor branca. O interior incolor dos cristais é de Natrolite. Com
a desidratação os cristais vão-se tornando progressivamente em Gonnardite com a desvantagem
das amostras se destruírem ao toque.
A Natrolite recolhida nesta pedreira em 1976, apresenta cristais com prismas curtos translúcidos até 0,5 cm e com a simetria bem definida.
Pedreira da Palmeira
Mineralogia
Os exemplares com Analcima recolhidos em Novembro de 2009 na pedreira Palmeira nº 2 foram objeto de estudo e revelaram alguns minerais acessórios como a Estroncianite, Pirite e outros mais raros como a Gaidonnayite, Burbankite e Hilairite.
A Natrolite da pedreira da Palmeira foi recolhida em Novembro de 2009 de uma pequena cavidade, apresentando-se em grupos de cristais prismáticos alongados e incolores com dois estágios de crescimento distintos.
Ilha da Madeira
Introdução
O arquipélago da Madeira é formado pelas ilhas da Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens. Situam-se no Oceano Atlântico a 560Km da costa de Marrocos. A ilha da Madeira é reconhecidamente um destino turístico de excelência a nível mundial. O arquipélago tem formação geológica de origem vulcânica e neste aspeto a Madeira apresenta localmente alguns fenómenos de zeolitização até então desconhecidos e que vieram a publico em 2022 com a recolha de amostras e posterior estudo e análise pelo Dr. Pedro Alves.
Geologia
B1 = de 5,2 a 2,5 Ma
B2,B3 e B4 = de 2,5 a 1 Ma
B5 e B6 = menos de 1 Ma
(Ma = milhões de anos)
A origem vulcânica da Madeira é bem visível em locais como o anfiteatro montanhoso em redor da cidade do Funchal, cujo vestígio é uma antiga caldeira de um vulcão entretanto extinto. A ilha é extremamente acidentada, com desníveis topográficos acentuados e picos que atingem os 1862 m de altitude.
O Arquipélago da Madeira teve início há milhões de anos com a expansão do Atlântico provocado pelo movimento das Placas Tectónicas. Neste movimento, o manto avança vários centímetros por ano contra a Placa Tectónica Africana, onde vão ocorrendo erupções com ascensão de magma proveniente de pontos quentes "hot spots" e que deram origem aos arquipélagos no Oceano Atlântico incluindo o da Madeira. Neste movimento, quanto mais próximo o arquipélago está do Continente Africano, mais antigo será. Daqui a alguns milhares de anos neste movimento geológico impercetível, desaparecerão sob este Continente. O Arquipélago da Madeira é formado por três edifícios vulcânicos temporais diferentes e distintos. As primeiras ilhas a emergir, parecem ter sido as Selvagens, há cerca de 27 Ma, seguidas do Porto Santo, há 14 Ma, e a Madeira e Desertas, aproximadamente, há 5,2 Ma. Estas ilhas atravessam um período de inatividade vulcânica ao contrário do arquipélago dos Açores, pois até ao momento não há notícias históricas de manifestações vulcânicas.
Focando a ilha da Madeira, e mesma emergiu do mar na época do Pliocénico há 5,2Ma, cujos primeiros focos vulcânicos deram origem ao maciço montanhoso central da ilha com vários Picos, sendo os mais altos o Pico Ruivo com 1862 m e o Pico Torres com 1851 m. Após esta formação eruptiva mais antiga da ilha, formou-se uma pequena ilha com recifes coralígenos, dando origem a uma camada sedimentar de calcário fossilífero e que está bem expresso em São Vicente no Sitio dos Lameiros onde antigamente se explorava este calcário para a produção de cal. Nas fases seguintes do vulcanismo com erupções mais tranquilas, as chaminés vulcânicas cobriram-se de diverso material piroclástico.
Entretanto novos focos efusivos surgiram a oeste e a leste da ilha primitiva, tendo-se formado a oeste o planalto do Paul da Serra e a leste os pequenos planaltos do Poiso e Santo da Serra, a península de São Lourenço e as Ilhas Desertas como fazendo parte do mesmo edifício vulcânico que deu origem à ilha da Madeira. O vulcanismo efusivo normalmente gera tensões nas rochas pré existentes, provocando fraturas que posteriormente muitas delas foram preenchidas por injeções de magma, formando-se, assim redes de filões e diques que podem ser observados na parte central da ilha e em alguns locais da costa.
Com o vulcanismo entretanto adormecido a erosão ao longo de milhares de anos, moldou vales profundos como é o exemplo do Curral das Freiras. A erosão marítima nas costas escarpadas teve por consequência a formação de derrocadas (quebradas), dando origem às fajãs que são pequenas planícies localizadas na base das falésias.
As rochas da ilha da Madeira na sua maioria resultaram do arrefecimento de magmas que deram origem a derrames de lavas ou escoadas e acumulação de materiais piroclásticos. As poucas rochas sedimentares existentes correspondem a períodos de acalmia da atividade vulcânica, criando as condições para a formação de recifes e a posterior sedimentação de depósitos calcários marinhos fossilíferos. As rochas vulcânicas extrusivas ou vulcanitos apresentam-se densas ou porosas de acordo com as condições de formação e são mariotariamente de quimismo básico: Basaltos, basanitos, hawaiitos, mugearitos, gabros ou em menor escala de composição mais ácida designadas por traquitos.
Mineralogia
As formações basálticas da Madeira normalmente apresentam textura afanítica e microcristalina e após exame macroscópico às mesmas, encontra-se minerais de formação básica como a augite, olivina e plagióclase, os quais desenvolvem-se por vezes em fendas, fraturas ou em bolçadas formadas por gases no interior dos basaltos ou durante a sua formação agregam xenólitos entre os quais o de olivina.
Algumas bolçadas basálticas apresentam cristalizações de aragonite ou calcite que no elucidário madeirense se conhecem por "madre de pedra" por se encontrar no interior da pedra.
Para além destas bolsadas de carbonato, aparecem também formações de zeólitos cujo mecanismo mineralógico de formação está ligado entre a reação de formação dos vulcanitos e o carbonato de cálcio com proveniência provável do calcário fossilífero da ilha primitiva de recifes.
Zeólitos
As rochas com zeolitização na ilha da Madeira têm a sua maior representação na parte central da ilha no vale da Serra de Água na Ribeira Brava e mais para nordeste na Fajã Grande em São Roque do Faial. Todos os zeólitos aqui representados neste artigo foram recolhidos e analisados pelo Dr. Pedro Alves.
Chabazite-Ca
A Chabazite-Ca - (Ca,K2,Na2)2[Al2Si4O12]2 · 12H2O - Não tem representação conhecida no Continente, contudo está muito bem representada na Serra de Água com cristalizações bem definidas em cavidades por vezes grandes. Os cristais pertencem ao sistema triclínico e apresentam-se bem desenvolvidos até aos 5mm e de brilho vítreo. Apresentam-se normalmente maclados em conjuntos circulares com a designação de Phacolite.
Mesolite
A Mesolite - Na2Ca2Si9Al6O30 · 8H2O - é um zeólito que também não tem representação conhecida no Continente. Na Serra de Água tem a melhor representação nacional com cristalizações em grupos aciculares de cristais milimétricos e desenvoltura até 1cm. Os cristais pertencem ao sistema ortorrômbico com brilho vítreo a sedoso e desenvolvem-se em cavidades por vezes grandes formando amostras muito belas. Na Fajã Grande tem formação botrioidal e acompanha por vezes com Chabazite.
Thomsonite-Ca
A Thomsonite-Ca - NaCa2[Al5Si5O20] · 6H2O - é um zeólito comum em fenómenos de zeolitização e na Madeira não é exceção. Está bem representada em boas cavidades na Fajã Grande com formações botrioidais levemente tingidas e acompanha por vezes com pequenos cristais (escalenoedros) de Calcite. A representação na Serra de Água é em tufos de aspeto sedoso numa cor mais pura podendo acompanhar com a Chabazite.
Lévyne-Ca
A Lévyne-Ca - (Ca,Na2,K2)[Al2Si4O12] · 6H2O - é um zeólito menos comum sem representação conhecida no Continente e quimicamente pertence ao subgrupo dos zeólitos (Chabazite-Lévyne) - M[Al2Si4O12] · 6H2O.
M = Ca, Na2,K2,Mg,Sr.
A sua representação está normalmente associada a pequenas amígdalas com cristalizações milimétricas que se identificam facilmente pelos seus cristais clássicos em pequenas palhetas de contorno hexagonal. Pertence ao sistema trigonal. Está representada em ambas as localidades, sendo a da Fajã Grande com maior projeção química.
Gismondine-Ca
A Gismondine-Ca - CaAl2Si2O8 · 4H2O - é outro zeólito menos comum sem representação conhecida no Continente e, na Madeira está representada na Fajã Escura em Curral das Feiras. Aparece em pequenas cavidades com cristais até 3mm num branco translúcido e brilho vítreo. Pertence ao sistema monoclínico e acompanha por vezes a Chabazite-Ca.
Natrolite
A Natrolite - Na2Al2Si3O10 · 2H2O - é um zeólito comum com boa representação no Continente. Na Madeira está fracamente representada e aparece em pequenas cavidades em pequenos tufos brancos de cristais milimétricos de brilho vítreo a sedoso. Pertence ao sistema ortorrômbico e acompanha por vezes na mesma génese com outras cavidades preenchidas com Phillipsite-Ca.
Garronite-Ca
A Garronite-Ca - Na2Ca5Al12Si20O64 · 27H2O - é um zeólito raro e não tem representação conhecida no Continente. Na Madeira tem representação nas Fajãs Grande e Escura e a formação cristalográfica é milimétrica em cavidades pequenas. Pertence ao sistema tetragonal e acompanha por vezes com Natrolite ou Phillipsite-Ca na Fajã Grande.
Martins da Pedra
Referências:
Lomba dos Pianos quarry, Magoito, São João das Lampas e Terrugem, Sintra, Lisbon, Portugal (mindat.org)
Valejas, Carnaxide e Queijas, Oeiras, Lisbon, Portugal (mindat.org)
Lugar da Nave quarry, Nave, Monchique, Monchique, Faro, Portugal (mindat.org)
Madeira Gentes e Lugares: Rochas e Sedimentos do Arquipélago da Madeira e Enquadramento Histórico e Geológico - José L. Silva
Formação e evolução geológica do arquipélago da Madeira - RTP Ensina