Minas da Bendada

Bendada

Introdução

Bendada = Paraíso dos Fosfatos Marados.

Toda a zona envolvente desde a Sortelha, Bendada e Pena Lobo é aprazível pela sua paisagem e também pela característica geológica eruptiva dos domos graníticos. A gastronomia e as suas gentes hospitaleiras, faz com que seja um bom local de turismo rural. 

Os pegmatitos da Bendada são conhecidos internacionalmente pela riqueza representativa dos seus fosfatos, alguns dos quais raros ou de génese local como a Bendadaíte. A sua representação é superior em numero de espécies com os congéneres dos pegmatitos de Mangualde e do Folgosinho. A Bendada ao longo dos anos tem sido visitada assiduamente por colecionadores europeus de micromounts com proveniência da Alemanha, Áustria, Itália, França, Espanha, etc. que municiados de lupa de bolso, procuram a beleza dos edifícios cristalinos nas cavidades de massas oxidadas e supergénicas de Trifilite / Litiofilite. Pessoalmente chamo a estes fosfatos pela suas cores e complexidade química de "Fosfatos Marados". Os pegmatitos da Bendada rivalizam com o pegmatito da Srª. da Assunção no que toca à dimensão dos cristais de Quartzo e Berilo. Os cristais de Quartzo fumado são uma referência Nacional pela sua dimensão. Hoje a exploração está encerrada, pelo que é difícil recolher minerais dignos de serem colecionáveis.   

Localização

As minas da Bendada ficam a 1Km a norte desta povoação. O acesso faz-se partindo da Bendada através de caminho rural até ao local das minas. A Bendada é uma freguesia do concelho do Sabugal e o melhor roteiro para lá chegar é através da A-23 com saída em Caria e seguir pela N18-3 até ao entroncamento da N345-L que leva à povoação da Bendada.

Geologia

A Bendada situa-se no extremo oeste do Planalto Ibérico, limitado a 80Km mais a W pela elevação da Serra da Estrela. De acordo com o extrato da nota explicativa da folha 21-A do Sabugal, toda a zona é mariotariamente coberta por rochas eruptivas (granitos) porfiroides de grão grosseiro e médio com idade Varisca e com menor amplitude, alguns depósitos aluviais e rochas xistentas do complexo Xisto-Grauváquico. Destaca-se também, principalmente na área central do mapa geológico na zona dos granitos, um conjunto importante de filões de quartzo com postura vertical e extensões de vários Km, (o maior tem 12Km) e espessuras por vezes superiores a 10 metros. Os quartzos destes filões estão caracterizados em quartzo leitoso / hialino e quartzo calcedónico / jaspoide.

Nesta zona assinala-se também vários filões de jaspe associados a mineralizações de Urânio que deram origem a várias explorações mineiras como a Mina da Bica, Carrasca e Quarta-Feira. O efeito da erosão nos filões de quartzo e nas zonas aplito-pegmatíticas e metassedimentares com conteúdos ricos em Sn, W, Ti, deram pejo no passado em toda a zona a varias explorações mineiras em algumas linhas de água e depósitos aluviais.  

A área de estudo das minas da Bendada situam-se num granito porfiroide de grão grosseiro, leuco-mesocrático, de duas micas, com predominância da biotite. Este granito apresenta cristais desenvolvidos de feldspato, muitas vezes euédricos e com zonas de orientação junto dos xistos. A norte da Bendada este granito é atravessado irregularmente por vários filões aplito-pegmatitos de alguma dimensão com postura horizontal ou sub-horizontal com orientação E-W e que tiveram intervenção mineira no passado, principalmente para a exploração de Quartzo e Feldspato. Os filões principais que foram objeto de exploração foram:

Quinta da Ribeira, Feiteira e (Seixeira ou Fonte da Cal). 

Quinta da Ribeira - Agosto de 2007

Historia

A zona da Bendada tem tido ao longo dos tempos varias explorações, as quais somam mais de vinte locais para exploração de Sn/W e U. É de 1960 do século passado os primeiros estudos sobre os pegmatitos a norte da Bendada da autoria de Correia Neves que menciona a localização da Quinta da Ribeira, Feiteira e Seixeira. O pegmatito da Quinta da Ribeira iniciou a exploração em Junho de 1920 como mina de Estanho. Após varias interrupções e concessionárias, encontra-se em situação revogada desde Outubro de 1992. Entre 1994 e 1995 a concessão foi atribuída para a exploração de quartzo e feldspato à empresa "Adelino Duarte da Mota, Lda ". Presentemente a exploração está suspensa. 

Correia Neves em 1962 reporta que o pegmatito da Feiteira já teria vestígios de ter sido explorado ilegalmente antes, durante e após o período da 2ª Guerra Mundial, provavelmente na extração de volfrâmio e estanho. Esta mina teve uma concessão provisória em 1962 ('Feiteira nº 5' (1156-P) e nunca chegou a ter uma concessão definitiva apesar de ter tido uma exploração ativa para quartzo e feldspato entre Junho de 1976 e Março de 1986. 

Fonte da Cal - Agosto de 2007

O pegmatito da Seixeira reportado por Correia Neves corresponde atualmente à área mineira da Fonte da Cal e também tal como a Feiteira teve um período de laboração ilegal sem concessões atribuídas durante os anos 60 do século passado. A primeira concessão (Fonte da Cal (nº 3438), foi concedida em Janeiro de 1971 à "Sociedade Agrícola e Industrial Montanística Lda" com o objetivo de explorar estanho, berílio, tântalo, quartzo e feldspato. Esta empresa renovou o contrato em dezembro de 1995 para explorar apenas quartzo e feldspato. Em Fevereiro de 2002 a concessão foi atribuída à empresa FELMICA, a qual intervencionou o pegmatito para a exploração de quartzo e feldspato entre os anos de 2008 e 2010. Desde então a lavra está suspensa devido à cotação e concorrência no mercado internacional para estes produtos. 

Fonte da Cal - Março de 2009

Trabalhos no Pegmatito

Mineralogia

O pegmatito da Fonte da Cal está classificado segundo Černý e Ercit (2005) de classe REL (elementos raros) e subclasse REL-Li. Foi observado para além de Quartzo e Feldspato, mineralizações de Moscovite, Lepidolite, Berilo, Columbo tantalite e fosfatos primários com as séries "Triplite-Zwiselite", "Litiofilite-Trifilite" e Fluorapatite. Esta mineralização desde a fase metassomática até à alteração supergénica mais oxidada, deu origem a uma ampla variedade de espécies minerais com destaque para alguns fosfatos de quimismo complexo só observáveis através de microscópio. Na página Mindat.org estão contabilizados 106 espécies de minerais  incluindo o mineral tipo Bendadaíte. 

Quartzo

O Quartzo - SiO2 - é comum na Bendada. Apresenta-se esbranquiçado em cavidades de veios nas camadas superiores do pegmatito. O quartzo negro ou morion é de zonas mais profundas, podendo desenvolver cristais de grandes dimensões em cavidades onde acompanha normalmente com feldspato e outros.

Calcedónia  

A Calcedónia é uma variedade criptocristalina de quartzo que se apresenta em formas excêntricas. Acompanha o quartzo em cavidades, podendo associar-se com outros minerais. 

Berilo

O Berilo - Be3Al2(Si6O18) - apresenta-se em comparação com os congéneres da Srª da Assunção com mais definição. Os cristais apresentam faces bem definidas, podendo atingir 20cm ou mais, entroncados e terminados. Normalmente são esbranquiçados com pátina amarelada de oxidação.

Feldspato

O Feldspato tem grande representação nos pegmatitos da Bendada e mariotariamente são potássicos. A Microclina e a Ortóclase - K(AlSi3O8) - formam séries de teor químico, apresentado cristais e maclas de dimensões das dezenas de centímetros. É curioso a representação sódica da Cleavelandite em pequenos grupos precipitados formando "argolas".

O pegmatito da Fonte da Cal tem outras representações de Silicatos com destaque para as Micas e minerais das argilas. A Montmorilonite - (Na,Ca)0.33(Al,Mg)2(Si4O10)(OH)2 · nH2O - faz parte das alterações dos feldspatos.

Sulfuretos

Os últimos trabalhos no pegmatito da Fonte da Cal deram alguma representavidade a alguns sulfuretos com maior destaque para os de cobre e ferro como a Calcopirite, Bornite e Covelite. O sulfureto de molibdénio representado pela Molibdenite é um clássico da maioria dos pegmatitos e aqui não é exceção. O arsénio também é um elemento comum nos pegmatitos e faz-se representar nos Sulfossais de ferro e cobre através da Arsenopirite e a Tenantite.

Óxidos

As primeiras explorações em meados do seculo passado na zona da Bendada com alguma rentabilidade, seriam na procura de metais, nomeadamente o estanho representado pela Cassiterite. O volfrâmio também era um produto muito procurado assim como o titânio, nióbio e tântalo representados na Ferberite, Ilmenite e na Columbo-tantalite. Estes minerais foram esgotados nessas explorações do passado e a sua representavidade nos últimos trabalhos da Fonte da Cal são escassas.

Fosfatos

Historia

Os fosfatos dos pegmatitos da Bendada ao longo dos anos têm sido objecto de vários estudos científicos. Correia Neves em 1960 menciona uma primeira descrição da paragénese destes pegmatitos, incluindo vários fosfatos e que se descreve: Bermanite, Fluorapatite, Fosfosiderite, Hureaulite, Litiofilite, Metatorbernite, Purpurite, Rockbridgeite, Sicklerite, Stewartite, Strunzite, Torbernite, Triplite, Vivianite e Wavellite.

Em 1984 a revista alemã Lapis lançou um artigo em que Rewitzer, C. & Röschl, N. adicionam 8 fosfatos à paragénese: Beraunite, Cacoxenite, Keckite, Laueite, Libethenite, Mitridatite, Pseudolaueite e Strengite.

Em 1991 a mesma revista da Lapis, publicou um artigo científico em que Schnorrer-Köhler, G. & Rewitzer, C. somam mais 25 fosfatos à paragénese: Autunite, Bobierrite, Cyrilovite, Childrenite, Fairfieldite, Fosfuranilite, Frondelite, Hentschelite, Jahnsite (CaMnMg), Kingsmountite, Leucofosfite, Ludlamite, Montgomeyrite, Paravauxite, Paulkerrite, Reddingite, Rittmanite, Roscherite, Sabugalite, Scorzalite, Tinsleyte, Turquesa, Väyrynenite, Whitmoreite e Zwiselite.

Em 2000, Galopim de Carvalho adiciona a Jahnsite (CaMnMn) e em 2008, uma comunicação do XI Congresso de Geoquímica de países de língua portuguesa, (Roda Robles), acrescenta mais 6 fosfatos à paragénese: Alluaudite, Barbosalite, Eosforite, Ferrisicklerite, Gormanite e Heterosite.

O pegmatito da Fonte da Cal foi intervencionado entre 2008 e 2010 e durante esse período de exploração foi objeto de um estudo científico da autoria de Pedro Alves e Stuart Mills que publicaram em 2013 através da revista ibérica Acopios um artigo onde acrescentam mais 9 fosfatos à paragénese: Benyacarite, Calcosiderite, Earlshannonite, Jahnsite (CaMnFe), Kastningite, Krasnoite, Lun'okite, Matulaite e Nordgauite.

Em relação ao grupo dos fosfatos da Bendada, não vou abordar questões científicas e procuro mais fazer uma ligeira descrição de algumas espécies que recolhi ou adquiri, principalmente durante a ultima exploração na Fonte da Cal.   

Trifilite

A Trifilite - LiFe2+PO4 - é um grupo químico onde faz série com a Litiofilite - LiMn2+PO4. 

Normalmente a maioria das massas de fosfatos encontram-se nas camadas superiores dos pegmatitos junto da superfície e são digamos, remanescências químicas complexas da formação dos pegmatitos. Na Fonte da Cal estas massas apresentam-se em bolsadas com alguma expressão de aspeto negro e terroso constituídas mariotariamente por Trifilite/Litiofilite e que acompanham Quartzo, Feldspato, Berilo, etc. Nas cavidades destas massas ou nos encostos destas, albergam  na sua composição os tais "fosfatos marados" como resultado dos últimos "vapores químicos".  Os cristais de Trifilite são raros e as representações cristalográficas deste mineral do pegmatito da Fonte da Cal, são extraordinários e uma verdadeira exceção, ficando aqui a referência. O sistema cristalográfico é o ortorrômbico e apresentam-se bem definidos e muitas vezes terminados. Alguns cristais apresentam-se rotos ou com cavidades nas faces que estão preenchidas com outros fosfatos, nomeadamente Fosfosiderite e Strengite. Foi referenciado epimorfoses com cristais de Berilo e Feldspato e pseudomorfoses com a Frondelite e Rockbridgeite.

Purpurite

A Purpurite - Mn3+(PO4) - é um fosfato simples de manganês que pertence ao grupo da Trifilite. Acompanha normalmente com Trifilite e na Fonte da Cal por vezes apresenta-se em massas oxidadas com alguma envergadura. Verificou-se epimorfoses com cristais de Berilo. Este mineral normalmente melhora a sua cor utilizando HCL para retirar a oxidação. Este mineral na página do Mindat.org  não apresenta fotos de qualquer representação cristalográfica. É apreciado por colecionadores de minerais pela sua cor e utilizado como produto esotérico. 

O cobre é um elemento relativamente raro na composição química dos pegmatitos e a sua melhor expressão na Fonte da Cal está na representação rara de Libethenite - Cu2(PO4)(OH), localizada em pequenas cavidades no Quartzo. Apresenta-se pulvulenta ou em crostas alteradas e acompanha outros fosfatos com Cu e Fe como a Chalcosiderite e a Hentschelite. A Malaquite também está presente e como carbonato de cobre é uma exceção rara em qualquer pegmatito.

Frondelite

A Frondelite - Mn2+Fe3+4(PO4)3(OH)5 - é um fosfato básico de Fe e Mn que forma séries com a Rockbridgeite. Diferencia-se da Trifilite pela sua cor mais clara e apresenta-se normalmente em grupos radiados. Na Fonte da Cal é comum e acompanha normalmente com Rockbridgeite e quase todos os outros fosfatos.

Rockbridgeite

A Rockbridgeite - Fe2+Fe3+4(PO4)3(OH)5 - é um fosfato básico de Fe e forma séries com a Frondelite. Apresenta-se em massas verde escuras com cristalizações botrioidais ou quando acompanhada com outros fosfatos nas cavidades, cristaliza em pequenos cristais negros até 2mm. É comum e acompanha Frondelite, Trifilite e outros fosfatos mais raros.

Fluorapatite

A Fluorapatite - Ca5(PO4)3F - apresenta-se em cristais hexagonais esbranquiçados ou levemente azulados que podem atingir os 3cm. Não é comum e normalmente deposita-se sobre quartzo ou calcedónia nas cavidades maiores.

Hureaulite

A Hureaulite - Mn2+5(PO3OH)2(PO4)2 · 4H2O - é um fosfato hidratado de Mn e apresenta-se normalmente em cavidades na Trifilite. Não é comum e cristaliza em grupos cristalográficos com cristais prismáticos monoclínicos visíveis até 4mm. A sua cor varia entre o rosado e o salmão, o que faz contraste com a matriz escura da Trifilite. Acompanha para além da Trifilite, a Rockbridgeite, Vivianite, Litiofilite, Fosfosiderite, etc. Devido à sua cor e brilho é a joia cobiçada por qualquer colecionador de minerais. 

Fosfosiderite 

A Fosfosiderite - FePO4 · 2H2O - é um fosfato hidratado de ferro e preenche a maioria das cavidades das massas de Trifilite. É um mineral comum e apresenta-se normalmente em crostas ou grupos reniformes numa cor azul índigo vistosa. Mais raramente também se apresenta em grupos cristalográficos com cristais prismáticos milimétricos de geometria monoclínica, incolores, esbranquiçados ou levemente rosados. Acompanha com a maioria dos outros fosfatos, principalmente com a Strengite, pois é dimorfa com esta. As amostras de cor azul são valorizadas pelos colecionadores de minerais.

Scorodite  

A Scorodite - Fe3+AsO4 · 2H2O - é um arseniato hidratado de ferro e normalmente é um produto da alteração da Arsenopirite. As melhores representações estão em pequenas cavidades no quartzo junto da Arsenopirite e apresenta-se em grupos cristalográficos milimétricos desde o incolor, azul, verde ou quase negro. É um mineral raro e raramente acompanha os fosfatos nas cavidades.

Strengite

A Strengite - FePO4 · 2H2O - é outro fosfato hidratado de ferro do grupo da Variscite e é dimorfo com a Fosfosiderite. Tal como a Fosfosiderite, preenche com esta a maioria das cavidades na Trifilite. Apresenta-se em crostas, grupos de pequenas esferas ou em cristais bipiramidais de geometria ortorrômbica. A sua cor varia entre o rosa claro a escuro quase vermelho. É um mineral comum e acompanha por norma a Fosfosiderite e a maioria dos outros fosfatos.

Vivianite

A Vivianite - Fe2+Fe2+2(PO4)2 · 8H2O - é outro fosfato menos comum e mais hidratado de ferro que se apresenta pontualmente em pequenas massas de cor azul entre Rockbridgeite e a formação da Hureaulite. Acompanha por vezes Litiofilite. É uma curiosidade interessante pois confunde-se por causa da cor azul com a Fosfosiderite.

Whitmoreite

A Whitmoreite - Fe2+Fe3+2(PO4)2(OH)2 · 4H2O - é um fosfato básico hidratado de ferro de aparência castanho creme e apresenta-se normalmente em pequenas crostas em cavidades de Trifilite. Não é comum e acompanha Fosfosiderite, Stewartite e outros fosfatos.

Bermanite

A Bermanite - Mn2+Mn3+2(PO4)2(OH)2 · 4H2O - é um fosfato básico hidratado de Mn e apresenta-se normalmente em cavidades na Trifilite. Não é comum e cristaliza em grupos cristalográficos com cristais prismáticos monoclínicos visíveis até 2mm. A sua cor varia entre castanho avermelhado e o vermelho escuro, o que facilita a sua classificação devido à cor. Acompanha outros fosfatos menos comuns.

Strunzite

A Strunzite - Mn2+Fe3+2(PO4)2(OH)2 · 6H2O - é um fosfato básico hidratado de Fe e Mn e apresenta-se em cavidades na Trifilite em grupos cristalográficos com formação de feixes e coloração amarelo pálido, podendo ir quase ao branco. É um mineral raro e confunde-se pela cor com a Cacoxenite. Diferencia-se desta pela disposição dos seus cristais. Acompanha outros fosfatos menos comuns.

Laueite

A Laueite - Mn2+Fe3+2(PO4)2(OH)2 · 8H2O - é outro fosfato básico mais hidratado de Fe e Mn e apresenta-se em cavidades na Trifilite em pequenos grupos cristalográficos com prismas tabulares milimétricos de geometria triclínica (em cunha), brilho vítreo e com coloração melada. Acompanha outros fosfatos menos comuns e é dimorfo com a Stewartite, confundindo-se com esta na cristalização e na cor. A Laueite diferencia-se por apresentar estrias nos edifícios cristalinos. A Stewartite tem a mesma paragénese que a Laueite.

Stewartite 

Cacoxenite

A Cacoxenite - Fe3+24AlO6(PO4)17(OH)12 · 75H2O - é um fosfato básico hidratado de Fe com Al e apresenta-se em cavidades na Trifilite em grupos esféricos milimétricos de cor amarela que varia entre claro e escuro. É um mineral secundário comum e acompanha normalmente a Strengite e Rockbridgeite.

Leucofosfite

A Leucofosfite - KFe3+2(PO4)2(OH) · 2H2O - é um fosfato básico hidratado de Fe com K e apresenta-se em cavidades na Trifilite em grupos cristalográficos de aparência esférica com pontas de cristais prismáticos e a sua cor varia entre o rosado e laranja melado. É um mineral raro e acompanha outros fosfatos menos comuns.

Fosfatos de Uranila

A Torbernite - Cu(UO2)2(PO4)2 · 12H2O - é a melhor representação dos fosfatos de uranila na Fonte da Cal. A Autunite é uma raridade por comparação. A Torbernite normalmente apresenta-se nas cavidades de Quartzo fumado e deposita-se sobre este nas zonas menos expostas em crostas de cristais, as quais apresentam por vezes manchas de hidróxido de Mn. Nos mesmos locais e mais raramente aparece também em cristais soltos ou agrupamentos de cristais flutuantes. 

Martins da Pedra

Referencias:

Bendada Mines, Bendada, Sabugal, Guarda, Portugal (mindat.org)

Mineralatlas Lexikon (english Version) (mineralienatlas.de) 

(ACOPIOS) Nuevos datos sobre los fosfatos de Bendada, Sabugal (Portugal)